
É frequente, no nosso dia a dia, evitarmos expressar-nos verbalmente com receio de sermos julgados. Esse receio é maior que a nossa necessidade de autoexpressão. No entanto, apesar de escolhermos o silêncio, essa necessidade de “deitar cá para fora” não desaparece, criando em nós tensões físicas e psicológicas.
Nos dias de hoje, a música marca uma grande parte das nossas vivências e é amplamente usada como um recurso poderoso à nossa gestão emocional. Frequentemente sentimos tristeza e podemos procurar uma música que nos ajude a sentir o oposto. Por outro lado, facilmente estamos alegres e uma música (a certa) remete-nos para uma tristeza que não estávamos à espera de experienciar.
Outras vezes, a música vem aumentar aquilo que já estamos a sentir. Se estamos felizes e ouvimos determinada música, podemos ficar mais alegres naquele momento. Por outro lado, se estamos tristes e ouvimos determinada música, podemos ter de lidar com a nossa tristeza ampliada. Podemos até chegar a grandes descargas emocionais cuja intensidade foi aumentada pelo repertório certo.
Quando falamos de Musicoterapia, falamos do uso da música como canal de comunicação e de expressão com objetivos terapêuticos e da experiência musical como palco para as dinâmicas de relação entre terapeuta e cliente. É nesta experiência musical partilhada que o cliente pode expressar os seus sentimentos/emoções mais profundos(as).
Numa intervenção em Musicoterapia, o cliente pode expressar frustração, zanga e angústia na sua música. O musicoterapeuta reconhece e suporta musicalmente as suas necessidades emocionais. Ser recebido nesta autoexpressão e ser compreendido na mesma é fundamental para alcançar o equilíbrio emocional por parte do cliente.