Burn-out: o que é?

Burn-out: o que é?

Nos dias de hoje, facilmente nos vemos bastante envolvidos com o nosso trabalho. Temos a sensação de que não nos conseguimos “desligar” das preocupações profissionais e sentimos que estamos “no limite” das nossas capacidades. Estes podem ser alguns sinais da perturbação burnout.

O burnout refere-se a um estado de stresse extremo relacionado com a nossa vida profissional. Este stresse é de tal forma intenso que acaba por influenciar o nosso bem-estar de uma forma geral e prejudicial. O mal-estar no trabalho acaba por não existir só no trabalho e passa a estar presente em tudo o que fazemos e em todas as áreas da nossa vida.

Claro está que, sentirmo-nos cansados após um dia de trabalho é normal, mas quando este cansaço se torna persistente, intenso e prejudicial podemos estar perante uma perturbação. Esta exaustão extrema pode manifestar-se de diferentes formas.

Em baixo encontram-se alguns sintomas e consequências associados ao burnout:

  • Físico: exaustão física extrema, mudanças drásticas nos padrões de sono e alimentação, desenvolvimento de doenças crónicas (doenças gastrointestinais ou cardiovasculares, por exemplo), tensões e dores musculares, etc.
  • Emocional: risco de desenvolvimento de outras perturbações (ansiedade e depressão, por exemplo), baixa autoestima, aumento da irritabilidade e desregulação emocional, etc.
  • Cognitivo: dificuldades na atenção/concentração e na tomada de decisão, problemas de memória, diminuição da eficácia cognitiva, etc.
  • Social: maior isolamento social e surgimento de tensão nas relações com pessoas importantes (família, parceiros, amigos, etc.).

Experienciar estes sintomas não tem de ser obrigatoriamente um sinal de burnout, mas quando estes sinais estão presentes e associados a um stresse exacerbado relacionado com o trabalho, podem ser um sinal de alerta para a presença desta perturbação.

O burnout é progressivo, ou seja, à medida que o tempo passa, o stresse intensifica-se e acaba por prejudicar cada vez mais o nosso bem-estar e a saúde. Neste sentido, quanto mais cedo se identifica a presença desta perturbação, maior é a possibilidade de recuperar.

Torna-se importante compreender que o autocuidado é uma necessidade básica para o nosso bem-estar, sobretudo quando nos sentimos assoberbados pelo trabalho e experienciamos sintomas de burnout. O autocuidado pode ser praticado de várias formas, todas elas importantes:

  • Bem-estar físico: ao cuidar do nosso corpo e da nossa saúde física, estaremos a promover o bem-estar da nossa saúde no geral. Este cuidado pode ser mantido através da prática de exercício físico de forma regular, alimentação adequada e equilibrada e manutenção de uma boa rotina de sono.
  • Apoio social: ter uma boa rede de apoio social é fundamental para a nossa saúde mental. Contar com os outros nos momentos mais difíceis torna-se um aspeto importante para a construção de resiliência face ao stresse. Salienta-se, portanto, a importância de construir relações significativas com outras pessoas.
  • Estabelecer limites: muitas das vezes, o burnout intensifica-se devido à incapacidade de estabelecer limites que sejam realistas e adequados. Devido a esta dificuldade, é fácil cair em sobrecarga de trabalho e termos um nível de exigência para o nosso desempenho maior que o que nos é possível. Torna-se importante desenvolver a capacidade de estabelecer limites saudáveis e evitar que nos sintamos sobrecarregados. Através da definição de limites de forma clara e razoável, poderemos gerir melhor as exigências do quotidiano, equilibrando a nossa vida profissional e pessoal.
  • Apoio profissional: não deixa de ser relevante realçar a importância de procurar ajuda profissional. Com o apoio psicoterapêutico teremos a oportunidade de explorar as nossas emoções, experiências e causas do burnout num contexto seguro, profissional e confidencial, de acordo com as nossas necessidades. Neste âmbito, é possível explorar alternativas mais adequadas para a gestão das nossas dificuldades, promovendo assim uma maior satisfação com o trabalho e, acima de tudo, com a vida.

Sabemos que, nos dias de hoje, pode ser fácil cair numa espiral de sobrecarga e stresse laboral. Se identifica em si alguns destes sinais de stresse extremo e tal afeta a sua vida de forma significativa, não hesite em procurar ajuda. Saiba que não está sozinho(a) na sua experiência e que há apoio com que pode contar.

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